Uma conversa da Rochester Electronics com Jackie Mattox, CEO e fundadora da Women in Electronics

Jackie headshot

Rochester Electronics tem a honra de patrocinar a Women in Electronics (WE). A WE foi fundada em 2017 para proporcionar um senso de comunidade e oferecer desenvolvimento e unidade com colegas para promover resultados em questões de paridade de gênero no setor de eletrônicos e nos mercados de usuários finais relacionados. A WE está focada em quatro objetivos organizacionais: capacitar, defender, desenvolver e celebrar proporcionando crescimento e desenvolvimento de lideranças, mentoria, networking, eventos de liderança de pensamento e recursos de carreira.

Jackie Mattox, CEO e fundadora da Women in Electronics, conversou recentemente com a equipe de Rochester para discutir seu histórico, o que a inspira e o futuro da WE.

Rochester: A senhora pode falar um pouco sobre o seu histórico e as experiências que levaram à fundação da Women in Electronics?

Cresci na Califórnia, em Los Angeles, e queria ser jornalista de rádio e TV. Esse sempre foi o objetivo. Eu queria trabalhar com o noticiário porque sempre tive paixão por pessoas e suas histórias. Queria chegar explorar questões sociais e descobrir os fatores que motivam as pessoas. Fiz faculdade de jornalismo e comecei minha carreira na área. E adorei. Mas então algumas circunstâncias familiares infelizes aconteceram, houve mudanças na minha família e eu precisava de uma renda e de benefícios mais estáveis. E acabei no setor de eletrônicos inicialmente pela renda, mas fiquei no longo prazo por causa das pessoas. Sempre foi uma questão de relacionamentos. Comecei como representante e acabei no lado de OEMs do negócio. Não era engenheira, não tinha essa formação, mas, os meus clientes me ensinaram sobre inovação, e foi aí que nasceu o meu entusiasmo pelo setor — na mesa de projetos. Depois aprendi a projetar produtos para sistemas de usuários finais e também a como navegar pela cadeia de suprimentos para que tudo desse certo. É interessante notar que, se você der um passo atrás e olhar para as coisas de uma perspectiva diferente, o setor tende a querer contratar apenas engenheiros para funções técnicas de vendas, mas acho que é possível aprender muito atraindo pessoas com diferentes tipos de experiência, como a minha. A maioria de nós tem o mesmo nível de QI, portanto, com algum treinamento técnico, talentos que gostam de pessoas com paixão e motivação podem ser um modelo vencedor em campo.

Após anos no setor, percebi que participava de conferências executivas sendo a pessoa mais jovem presente e uma das únicas mulheres. Afastei-me para me dedicar à minha família e 15 anos depois voltei para o mesmo empregador. Eles estavam animados por me terem de volta e eu estava empolgada por estar de volta! Muito rapidamente eles voltaram a me mandar para conferências executivas. Sempre me lembrarei do momento em que entrei em uma pela primeira vez após tantos anos e vi os mesmos rostos. Então percebi que ainda era a pessoa mais jovem e ainda uma das únicas mulheres. Quinze anos tinham se passado e nada havia mudado. Foi quando concluí que uma mudança era necessária. Foi essa faísca que mexeu comigo e inspirou a WE. Comecei a me perguntar: “Onde está a diversidade?” “Onde está a linha de sucessão?” Em 2017, alinhei-me com Monica Highfill e Amy Keller para formar a equipe executiva da WE. Em nossa primeira conferência em 2017, com apenas 20 mulheres, não sabíamos que, apenas sete anos depois, uniríamos o setor e cresceríamos globalmente com a premissa comum de fazer mulheres chegarem a cargos de liderança em todos os setores relacionados à tecnologia.

Rochester: Você enfrentou resistência?

Sim. Tivemos que superar o equívoco de que éramos apenas pró-mulheres e, portanto, contra os homens. Isso está longe de ser verdade. Nosso foco sempre esteve voltado para inclusão e responsabilidade pessoal. Mas descobrimos que mulheres também podem criar obstáculos para outras mulheres quando se trata de avanços porque as vagas disponíveis são muito limitadas. O direcionamento atual da WE é o conceito WE United. Queremos nos alinhar a colegas do sexo masculino e abrir espaço para o maior número possível de pessoas na mesa. Nosso foco é desenvolvimento e responsabilidade para todos. Ironicamente, às vezes, as pessoas mais bem-intencionadas podem cometer os piores erros quando se trata de diversidade e inclusão. Os dados também nos mostram que, quanto mais mulheres houver em cargos de liderança, mais o setor se expande. Os sete superpoderes de homens e mulheres não são excludentes, mas sim complementares. Os dados mostram que paridade em cargos de liderança aumenta os retornos relativos em 19% e isso é motivo suficiente para que todos prestem atenção! Não somos apenas um movimento para gerar bem-estar, há razões financeiras sólidas para as empresas participarem.

7 superpoderes das mulheres

7 superpoderes dos homens

Rochester: Qual é o maior desafio para mulheres no setor de eletrônicos?

As mulheres demoram muito mais para avançar. Em geral, mulheres começam em uma faixa salarial mais baixa e, portanto, avançam em um ritmo mais lento. Mulheres podem demorar muitos anos a mais para progredirem em suas carreiras. Consequentemente, também estamos perdendo muitas jovens para outros setores. Nunca me vi como CEO de uma organização, mas uma vez tive uma experiência que despertou algo em mim. Estava em um evento executivo e ouvi uma palestrante fantástica, que nunca tinha visto antes. Naquele momento, percebi que tinha sede de algo, mas que nem sabia o que era até experimentá-lo! Ela me inspirou porque tinha um estilo de liderança feminina natural que transparecia equilíbrio, graça e força. Fui procurá-la quando ela saiu do palco. Muitas mulheres em setores dominados por homens que alcançam cargos de liderança em escalões mais altos podem sentir a necessidade de se adaptarem e, portanto, perdem sua feminilidade. A ironia é que mulheres podem aproveitar seus superpoderes femininos de empatia, compaixão, generosidade, colaboração, coragem etc. e serem levadas a sério em cargos de liderança. Essa palestrante mencionou tudo o que eu achava que uma mulher em um cargo de liderança deveria ser e isso me fez perceber que era necessário espalhar esse conhecimento porque todos precisam dele. Ou seja, alguém que se pareça com você e faça-a enxergar que você também pode ser uma líder. Essa mesma palestrante me inspirou a sonhar mais alto e anos depois a organização dela se tornou uma das nossas primeiras patrocinadoras corporativas. Ela também ocupa um cargo em nosso Conselho Consultivo desde a nossa fundação, sendo um verdadeiro exemplo de como mulheres podem apoiar outras mulheres.

Muitos líderes do setor nunca tiveram treinamento em vieses inconscientes e dados indicam que as pessoas se tornam menos propensas a mudanças conforme avançam em suas carreiras. Portanto, o nosso foco está voltado para essa abordagem educacional de cima para baixo, de baixo para cima.

Rochester: Qual é o tamanho da Women in Electronics agora?  

Temos 1400 integrantes atualmente. Estamos descobrindo que, com o ingresso de mais homens na organização, especialmente mais jovens, eles também precisam de orientação. Especificamente porque há uma grande diferença etária em nosso setor. Eles também se sentem deixados para trás e precisam de um lugar de pertencimento. E a Women in Electronics promove empoderamento e responsabilidade para todos. Acredito em manter as coisas simples. Questões como diversidade e inclusão não precisam ser tão complexas quanto nós imaginamos. Validação e discussões honestas são essenciais para que possamos crescer juntos dentro das organizações e coletivamente como setor.

Rochester: Quais são os seus planos atuais e futuros para a Women in Electronics?

No momento, nosso foco é aumentar o número de integrantes na Europa e expandir nossos capítulos na região EMEA. Em 2023, tivemos uma cúpula no Reino Unido e, recentemente, um evento em Munique. Nosso evento em Munique despertou grande entusiasmo e tivemos até que procurar um local maior após esgotar a capacidade do local original. Houve participantes de toda a Europa. Também tempos planos de expansão na Ásia daqui a cerca dois anos. Alguns dos nossos principais pilares são desenvolvimento de lideranças, mentoria e crescimento da nossa comunidade e dos capítulos locais. Oferecemos, pelo menos uma vez por mês, um webinar sobre profissional e, uma vez por trimestre, uma palestra focada em tópicos de equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Pretendemos futuramente aumentar as opções e recursos de idiomas em nosso site. No entanto, precisamos de mais recursos para uma expansão em determinadas áreas. Monitoramos o envolvimento de nossos integrantes com nossos programas, particularmente nossos webinars on-line, para avaliar o interesse e aumentar os programas conforme o necessário.

Também estamos trabalhando em ações educacionais em faculdades e universidades com foco em apoio a programas STEM. Essa será uma área de crescimento para a WE.

Nosso programa de mentoria é vital para as mulheres. Os homens geralmente têm apoio de mentoria em ambientes sociais informais, mas as mulheres nem sempre. Portanto, ter a capacidade de participar remotamente de um programa organizado de mentoria profissional pode oferecer mais oportunidades de avanço para mulheres. Também descobrimos que empresas que “jogam dinheiro” em planos de diversidade e inclusão apenas para “constar”, mas que não investem em programas de treinamento e mentorias concretos, frequentemente não conseguem aumentar sua diversidade.

Rochester: Qual é o impacto de iniciativas de diversidade na inovação de uma empresa?

Iniciativas de diversidade e inclusão são um divisor de águas e diversidade é um espectro. Como vemos com lucros, a inovação aumenta com a diversidade. Esse é um dos principais “por quês” para se ter inclusão. A Women in Electronics foi criada com base na premissa de mulheres que trabalham de forma colaborativa para encontrar inspiração, força e empoderamento por meio de uma noção de comunidade. Ajudamos pessoas em empresas a desenvolverem programas autênticos e realmente “trabalhamos” para que a organização se expanda com diversidade. O crescimento acontece e novas ideias são geradas quando você apresenta uma pessoa empoderada que pensa diferente para um grupo de pessoas com ideias semelhantes. Esse é o cerne da questão.

Rochester: Obrigado por conversar conosco, Jackie. Temos a honra de apoiar a Women in Electronics. Por meio da nossa parceria, trabalhamos para ouvir, aprender e defender a criação de um futuro de trabalho melhor para todos.

A Women in Electronics é uma organização de impacto social sem fins lucrativos 501c3 que garante a inclusão para qualquer pessoa que queira fazer parte de sua missão. 

Para obter mais informações, acesse: womeninelectronics.com 

A Rochester Electronics é a maior fornecedora contínua de semicondutores do mundo, sendo 100% autorizada por mais de 70 dentre os principais fabricantes de semicondutores. As abrangentes soluções para semicondutores de longa vida útil da Rochester incluem distribuição autorizada, fabricação licenciada e serviços de fabricação.

Saiba mais: www.rocelec.com.br

Assinar boletim informativo

Ler mais